domingo, 7 de agosto de 2016

AS FLORES COMESTÍVEIS


Você gosta de comer flores?

Esta pergunta lhe pareceu estranha? Talvez pareça mais ainda se eu lhe disser que não estou falando das conhecidas alcachofra, couve-flor, brócolis ou cambuquira (a flor das abóboras). Também não falo de outras flores que nos são familiares, tradicionalmente usadas como condimentos ou chás, como o açafrão, o cravo-da-índia, a alcaparra ou a camomila, por exemplo. Falo, mesmo, são das flores que estamos acostumados a ver como ornamento, aquelas bonitas, coloridas, algumas bastante perfumadas, que enfeitam e encantam a todos nós.

Você nunca comeu nenhuma flor desse tipo? Pois saiba que muitas são comestíveis e, além de belas, podem ser saborosas e nutritivas também. De fato, desde tempos imemoriais as flores já eram consumidas pelo homem tanto por seu valor como alimento, como por conta de suas propriedades medicinais.

Evidentemente que hoje, quando a agricultura é tão comprometida com o uso de agrotóxicos e adubos químicos, é preciso ter cuidado. Para comer, só flores orgânicas, aquelas cultivadas apenas com produtos e defensivos naturais, sem química nenhuma. Tendo espaço, você mesmo pode cultivar suas flores em casa. Nesse nosso País abençoado, em que o sol brilha praticamente todos os dias do ano, isso não é uma tarefa muito complicada. Caso não tenha como produzir suas próprias flores comestíveis, elas podem ser encontradas na seção de hortaliças de supermercados e afins, e em lojas de produtos naturais e orgânicos. FLORES DE FLORICULTURA NÃO SERVEM PARA COMER.

Também é importante lembrar que NEM TODAS AS FLORES SÃO COMESTÍVEIS, algumas são, inclusive, mortalmente venenosas. Por isso, mais uma vez é preciso ter cuidado. Na dúvida, não coma.

Beleza, aroma e sabor em seu prato

Belas e delicadas, as flores trazem um toque fresco e refinado aos pratos, podendo ter uma ampla utilização: dos doces aos salgados, passando pelas bebidas alcoólicas, refrescos e infusões.
Seja em saladas, omeletes, molhos, sopas, carnes, em pães, geleias, manteigas, gelatinas, sorvetes, pudins, cremes, mousses e licores, ou da forma que sua criatividade mandar, há, com certeza, muito a ser desbravado no universo saboroso, aromático e colorido das flores comestíveis. Arrisque-se e confira!!

Para incentivar você a experimentar, trazemos, apresentamos, abaixo, algumas espécies de flores comestíveis, as suas principais características de aroma e sabor e sua forma de cultivo:


 - Amor-perfeito (Viola wittrockiana)
São populares, coloridas e levemente amargas. No prato é possível brincar com as diversas cores (amarelo, vermelho, roxo, azul e branco).

Cultivo: é uma planta de meia-sombra e floresce no inverno. Deve ser plantada em solo rico em húmus.


- Borago (Borago officinalis)
Sua coloração é azul, o que faz da flor uma excelente opção para decorar pratos. Possui sabor adocicado e pode ser usada em saladas e doces. É indicada para compor caldas de pudins. Quando as pétalas estão frescas apresentam grande quantidade de vitamina C. Também pode ser servida como chá.

Cultivo: o solo deve ser fértil e bem drenado. É importante colocá-lo em locais de sombra ou meia-sombra. A época mais indicada para o plantio é a primavera.


- Brinco-de-princesa (Fuchsia hybrida)
As flores são vistosas e ideais para decorar pratos. Apresentam sabor levemente ácido. Floresce durante a noite e pode ser usada em diferentes pratos, como massas e saladas.

Cultivo: necessita receber quatro horas diárias de luz solar, porém evite o sol do meio-dia.


- Calêndula (Calendula officinalis)
Apresenta coloração amarela ou alaranjada. Possui carotenóides, substância que ajuda a prevenir o câncer, e óleos essenciais. Por esse motivo suas pétalas são misturadas com arroz, peixe, sopa, queijos, manteiga, iogurte e omeletes, fazendo as vezes do açafrão.

Cultivo: gosta de solos arejados e porosos. Precisa de quatro horas diárias de luz solar e rega frequente (em dias alternados).


- Capuchinha (Tropaeolum majus)
A flor é uma das preferidas dos chefs e possui sabor levemente apimentado. Pode ser usada em saladas e massas. Vale decorar os pratos com a espécie, que apresenta coloração amarela, laranja ou avermelhada.

Cultivo: ela deve receber luz solar intensa e pode ser plantada em vasos pequenos. O plantio deve ser feito em qualquer época do ano, mas é na primavera que ela fica ainda mais vistosa.


- Crisântemo (Chrysanthemum morifolium)
Muito usado em pratos chineses e japoneses. É fundamental remover as hastes, pois são amargas. Para os orientais, uma pétala no fundo do copo é sinônimo de longevidade.

Cultivo: florescem no inverno e precisam de luz solar diária.


_ Maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana)
Apresentam gosto leve e adocicado. As pétalas têm textura de goma de mascar.

Cultivo: o solo deve ser úmido, mas não encharcado. Deve ser cultivada a pleno sol ou meia-sombra.


- Primavera (Bougainvillea glabra)
Flor muito usada em bebidas. Ferva a água, jogue sobre as flores e abafe por cerca de 15 minutos. Logo sem seguida, sirva com mel.

Cultivo: gosta de pleno sol, clima quente e úmido e suporta solos secos.


- Rosas (Rosa chinensis)
Todas são comestíveis. As perfumadas são ainda mais saborosas. É importante remover as bases, que são amargas. Com as pétalas é possível produzir geleias, cremes, manteiga e sobremesas. Com os botões pode-se fazer pickles. O xarope, também, é usado em panquecas doces e bebidas.

Cultivo: as roseiras vão bem em qualquer tipo de solo. No entanto, o substrato rico em húmus e bem drenado favorece seu desenvolvimento.


- Tulipa (Tulipa gesneriana)
Possui sabores variados, dependendo da espécie escolhida. Muitas lembram gosto de alface levemente adocicado. São ideais para quem deseja impressionar. Vale usar como base comestível para servir petiscos. Atenção: é preciso remover o pistilo e deixar apenas as pétalas.

Cultivo: floresce sob baixas temperaturas. É fundamental regar com água gelada para que as flores durem mais tempo.

 Além dessas, existem inúmeras outras flores que são comestíveis e que valem a pena conhecer. Para isso, nada melhor que o excelente livro do professor Gil Felippe "Entre o Jardim e a Horta: as Flores que Vão para a Mesa ", da Editora Senac São Paulo, de onde foram baseadas as informações acima. Vale a pena conferir!!


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